Luísa Ducla Soares, O Capuchinho Vermelho no século XXI,
Porto Editora, 2015
O que dirias se acabasses de chegar
do mundo dos contos de fadas? O que acharias de ver a floresta transformada em
ruas e prédios? E… onde está o lobo? Será que lhe aconteceu alguma coisa
desagradável?
«A Menina
do Capuchino Vermelho estava farta de viver num tempo antigo, num livro antigo.
Apanhou um
dia o João, muito entretido a ler a sua história, e disse-lhe:
-- Ajuda-me
a saltar para o século XXI.
- Boa
ideia! – exclamou o rapaz. – Vem daí.
A garota
pousou os pés no chão da sala, olhando à sua volta, espantada.
-- Repara,
está um elefante junto da tua janela.
Ele riu-se.
--Impossível!
Eu moro no décimo andar. Aqui só chegam os pássaros.
A menina
olhou para a televisão.
Mexendo no
comando, o amigo mudou de canal e logo apareceu, por trás do vidro, o fundo do
mar.
-- Afinal
tens uma caixa mágica – concluiu ela, preparando-se para ficar toda a tarde a
ver filmes.
Mas o João
tinha combinado ir visitar a avozinha.
-- Veste o
casaco azul –recomendou a mãe. E leva uns bolinhos à avó Maria.
O rapaz
vestiu o casaco, deu a mão à menina e saíram juntos.
--
Esqueceste-te dos bolinhos que a tua mãe fez…
Como
resposta, o rapaz entrou com ela no supermercado.
-- Aqui é
que eu compro os bolos. A minha mãe passa o dia a trabalhar num escritório, não
tem tempo para fazer gulodices.
A rapariga
ficou admirada com aquela loja gigantesca. Esfregou os olhos, pois parecia que
estava num sonho. Para mostrar que era crescida e ajuizada, aconselhou:
-- O melhor
é não irmos pela floresta, que aí podemos encontrar o lobo mau.
O João desta
vez não se riu. A floresta à volta da cidade ardera no Verão. Tinham-lhe
deitado fogo para construírem mais prédios.
E eu que gosto
tanto de florestas… - choramingou a Capuchinho Vermelho. – Nem posso pensar no
mundo sem o verde das árvores, os bicharocos selvagens…
Iam a
atravessar a rua quando… zás! Surgiu um carro a grande velocidade. As crianças
fugiram para o passeio, mas o veículo ainda embateu no saco de bolos do
supermercado. Ficaram feitos numa papa.
-- Cuidado!
– gritou um polícia…»
Podes ler este livro na Biblioteca do Pontal
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