quinta-feira, 19 de novembro de 2020

4.º Ano: Pesquisa + Preparação de trabalhos

Romanização da Península Ibérica


Adaptado de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Conquista_romana_da_Pen%C3%ADnsula_Ib%C3%A9rica


A conquista romana

A conquista romana da Península Ibérica iniciou-se durante a Segunda Guerra Púnica (=contra os fenícios 218-201 a.C.), quando as legiões romanas atacaram pela retaguarda os domínios de Cartago na região.

As colónias de Cartago na Península Itálica abasteciam-na de homens e matérias-primas. A estratégia de Roma era enfraquecer as forças cartaginesas, afastando os seus exércitos da
Península Itálica e apropriando-se dos abastecimentos.

 

A derrota dos cartagineses, no entanto, não garantiu a ocupação pacífica da Península. A partir de 194 a.C., começaram as lutas com tribos de nativos, genericamente chamados de Lusitanos. Estes conflitos que estenderam-se até 138 a.C.

Bronze de Alcântara, inscrição latina declarando a rendição incondicional ("deditio") ante os romanos do povo que habitava um castro entre o território dos
Lusitanos e dos Vetões, 104 a.C.

Nesse conflito destacou-se um grupo de Lusitanos liderados por Viriato, um pastor. Esse grupo infligiu duras derrotas às tropas romanas, tornando Viriato um mito da resistência peninsular. 






Em 150 a.C. o general Sérvio Galba aceitou um acordo de paz com a condição de os lusitanos entregarem as armas, aproveitando depois para os chacinar. Isto fez crescer ainda mais a revolta e durante oito anos os romanos sofreram pesadas baixas, culminando no assassínio de Viriato por três aliados, tentados pelo ouro romano. Mas a luta não parou e Roma enviou à Península o cônsul Décimo Júnio Bruto Galaico, que pactuou e fortificou Olisipo, estabeleceu a base de operações em Móron, próximo de Santarém, e marchou para o Norte, matando e destruindo tudo o que encontrou até à margem do Rio Lima. Mas nem assim Roma conseguiu a submissão. Em 60 a.C., Júlio César dá o golpe de misericórdia aos lusitanos. 





Templo romano de Évora, século I, Évora, Portugal



Teatro romano de Mérida, Espanha



Vista de Conímbriga, Condeixa-a-Nova, Portugal


Na Península Ibérica, a romanização acompanhou a conquista. Neste processo, a língua latina acabou por se impor como língua oficial, funcionando como factor de ligação e de comunicação entre os vários povos. Foram fundadas várias cidades, onde se instalaram os antigos legionários (soldados) e os comerciantes.

As povoações, até aí predominantemente nas montanhas, passaram a surgir nos vales ou planícies, habitando casas de tijolo cobertas com telha . Como exemplo de cidades que surgiram com os Romanos, temos Braga (Bracara Augusta), Beja (Pax Iulia), Santiago do Cacém (Miróbriga), Condeixa-a-Nova (Conímbriga) e Chaves (Aquae Flaviae).

A indústria desenvolveu-se, sobretudo a olaria, as minas, a tecelagem, as pedreiras, o que ajudou a desenvolver também o comércio, surgindo feiras e mercados, com a circulação da moeda e apoiado numa extensa rede viária (as famosas calçadas romanas, de que ainda há muitos vestígios no presente) que ligava os principais centros de todo o Império.

Regista-se neste período uma etapa de paz e prosperidade económica, marcada também pela construção de uma rede de vias.


Aspectos económicos



Fábrica romana de salga de peixe, Setúbal, Portugal

Durante a romanização da Península, a economia de subsistência das primitivas tribos foi aos poucos substituída por grandes unidades de exploração agrícola em regime intensivo (villae), produzindo azeite, cereais, vinho e pecuária, ao mesmo tempo em que o primitivo artesanato deu lugar a indústrias especializadas como as da cerâmica e da metalurgia. Também houve desenvolvimento na actividade pesqueira, produzindo o valorizado
garum, um molho de peixe.

No tocante à exploração mineral, na qual a Península era particularmente rica, todas as minas passaram a pertencer ao Senado romano, sendo exploradas por escravos. Entre elas destacava-se a região que se estende de Grândola a Alcoutim, de onde eram extraídos o cobre e a prata.


Aspectos arquitectónicos e religiosos

Assim como em diversas outras regiões do Império Romano, também foram erguidas na Península pontes, teatros, termas, templos, aquedutos e todo o tipo de edifícios públicos e privados, civis e militares. No campo da religião, regista-se a sobrevivência de divindades primitivas ao lado de divindades romanas, por vezes, também adoradas

 

Soldados da República Romana, do tempo das guerras púnicas (contra os fenícios de Cartago: Fenícios=punii)

 

Povos da Hispânia (Península Ibérica) conquistados pelos romanos

 


Galera romana (navio de guerra)

 

 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Qual é o livro mais perigoso da Biblioteca?... Lê e descobre...

Será uma salada de abóbora? Não, é apenas a comemoração do dia das Bibliotecas Escolares em vésperas da noite das bruxas. Outubro é o mês Internacional das Bibliotecas Escolares e o dia 26 de outubro é-lhes dedicado. Pode descarregar o livro eletrónico: formato ePUB e formato PDF.
Licença Creative Commons
O trabalho O livro mais perigoso da Biblioteca: desafio de escrita de Biblioteca do Centro Escolar d Pontal, AE Poeta António Aleixo está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://view.genial.ly/5f9350d159460f0d902f6538/interactive-image-desafio-de-escrita-o-livro-mais-perigoso-da-biblioteca.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em http://bibpontal.blogspot.pt.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

26 de Outubro: Dia da Biblioteca Escolar



Outubro tem o aroma da madeira de cedro dos lápis acabados de afiar e das folhas que rodopiam pelo ar. No regresso à escola regressamos também à biblioteca escolar - presencialmente ou on-line

Este é o mês Internacional das Bibliotecas Escolares, e o seu 26.º dia é dedicado à Biblioteca escolar. Vamos comemorá-lo com a publicação do desafio de escrita "O livro mais perigoso da biblioteca". Fiquem atentos.

 

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Selo de qualidade eTwinning atribuído a um projeto do Pontal

O nosso projeto eTwinning "I can read the world", de 2018-19, no qual participaram a turma 4.º A e a professora Fátima Fonseca, foi distinguido com o selo de qualidade eTwinning. Este projeto foi desenvolvido em colaboração com a Osnovna Skola Turanj, de Karlocacs, Croácia.

A plataforma eTwinning permite que os alunos de diferentes escolas e países desenvolvam projetos comuns. Estamos a dar passos para formar os futuros cidadãos da Europa e do Mundo.

Parabéns a todos!!!

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Orientações das Bibliotecas RBE para 2020/21

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Novo desafio de escrita... Desculpa!!!

Lamentamos, mas não aceitamos mais pedidos de desculpa.

Deixamos aqui as contribuições da Leonor e do Simão.

Pedido de Desculpa, sem dizer Não nem Desculpa!
«    - Frederica, tirei-te o chupa-chupa de morango, sem pedir a ninguém! Foi uma atitude má! Perdoas-me? Posso dar-te um abracinho?»


Simão Dias Novais
1ºB
Centro Escolar do Pontal









quinta-feira, 14 de maio de 2020

Trabalhos das turmas A, C e E do 1.º Ano: Dia da Terra, Ciclo da Água e Geometria

O que é que se há de fazer em tempos de pandemia? 
Vamos transformar os problemas em oportunidades!


Como é que havemos de dar as matérias? 
Motivando, explicando, pesquisando...


Será que os alunos vão aprender o que deviam?
O que é que vos parece?...



Clique sobre as imagens para ver os trabalhos










terça-feira, 5 de maio de 2020

Para leres no regresso à Biblioteca - "Aventuras da Engrácia", de Maria Alberta Menéres

Aventuras da Engrácia, 1985
Maria Alberta Menéres (1930-2019)


Esta é a história que encerra o livro de Maria Alberta Menéres. Relata um episódio cruel que pode causar estranheza aos modernos habitantes das cidades, mas que não é estranho a quem viveu nas áreas rurais.
Este episódio cruel tem como desfecho um ato de compaixão, de arrependimento e de amor com que nasce a consciência ecológica e moral da Engrácia.
Maria Alberta Menéres soube sempre tratar as crianças como pessoas, escrevendo num discurso divertido e acessível, mas sem as infantilizar. Foi mestre dos ofícios de escrever e de ensinar.




«A Engrácia agora até se arrepia quando se recorda da história dos passarinhos. 
Para dizer a verdade, só lhe vem à memória essa tal história quando à tardinha se vai sentar debaixo da velha tília que está ao fundo do quintal da sua casa. Mesmo lá ao fundo.
Há muita gente que acha que estas histórias que arrepiam não são para recordar e muito menos para se contar.
Eu não concordo com tal atitude pois me parece que tudo o que acontece como esta história aconteceu poderá ter aproveitamento para alguém. Que aproveitamento, não sei bem. Só sei que não me vou ralar com isso.
Posto o caso desta maneira, vamos voltar aos arrepios da Engrácia e à idade remota dos seus 6 anos.

Ao fundo do quintal, logo a seguir ao canteiro das minhocas, havia uma capoeira. Perdão, duas capoeiras.
Uma era a capoeira propriamente dita e a outra não era uma capoeira propriamente dita.
A capoeira propriamente dita tinha galinhas, um galo e dois perus. Era porém difícil dizer com toda a certeza quantas galinhas tinha, porque como estavam sempre a entrar e a sair por um buraco que dava para o ninho onde punham os ovos, a Engrácia passava a vida a enganar-se na conta, quando as queria contar, acabando sempre por desistir de tal tarefa.
Nesta capoeira também havia um pato, uma para e três patinhos feios que andavam sempre atrás uma dos outros como convinha, em seu andar desajeitado.
Mas deles não reza está história.
Nem deles nem dos outros habitantes desta capoeira que era a capoeira propriamente dita, como já se disse.

Onde a história cruel se vão desenrolar é na outra capoeira: naquela que, ainda não explicámos mas já vamos explicar, não era uma capoeira propriamente dita.

Mas tratava-se realmente de uma antiga capoeira. Agora desabitada. Sempre de porta aberta.
Todos os dias, ao cair da tarde, era espantosa a chilreada dos pássaros em volta das árvores do quintal. Havia alguns que, mais distraídos ou mais buliçosos, se enganavam e sem querer entravam pela porta escancarada desta antiga capoeira.
Certamente muito admirados, iam bater, quer dizer, embater nas paredes de arame entrançado de que ela era feita e que, assim, de um momento para o outro, se transformavam»as paredes de uma grande gaiola, ao ar livre.
Mas livre já não era o ar que eles respiravam.
Como sair de tamanha gaiola?

Atordoados e desnorteados, os passarinhos não davam nunca com a velha porta aberta, ela nem sabia que a porta ali continuava aberta e que se não se enervassem poderiam sair por ela tão facilmente como tinham entrado.
Eles nem sabiam que o podiam saber.

Ora no dia em que a Engrácia fizera 6 anos, muitas crianças cirandavam por ali, em leves brincadeiras.
A certa altura, não se sabe quem é que teve a ideia. Mas que foi uma ideia contagiosa, ninguém o poderia negar.

Primeiro, a algazarra de entrar na velha capoeira para a agarrar os passarinhos, que mais pareciam pequenos pardais.
(...) 
Entrou naquela espécie de gaiola gigante onde a chilreada era quase tão forte como a que atroava os ares do lado de fora, no alto das árvores grandes do quintal.
"Ontem foi divertido!" - pensou ela. - "Vou apanhar mais pardais."
Não foi nada difícil: logo agarrou um pardal pequenino que desorientado se debatia de encontro às paredes de arame frio.
"Já agarrei um!" - gritou para si própria.
"Vou torcer-lhe o pescoço! Não custa nada."
Pôs as mãos atrás das costas. 
E foi quando se lembrou: mas que disparate! Porquê as mãos atrás das costas?!
"Vou torcer-lhe o pescoço, sem ser com as mãos atrás das costas! Quero ver tudo.
E viu perfeitamente o pequeno pardal que nem tentava fugir das suas mãos fechadas. Que só piava baixinho.
Olhou para os seus olhos. Para o seu bico entreaberto. Para as penas cinzentas que estremeciam. 
Aninhou-o de.encontro ao peito e saiu a correr para o ar livre.
Cá fora, largou-o no ar.

E poderia ter terminado aqui está história, agora mais alegre. Mas ainda não terminou.
Falta dizer que a partir deste dia, a brincadeira passou a ser outra: todos os dias ao cair da tarde, a Engrácia começou a ir àquela capoeira, que não era uma capoeira propriamente dita, só para agarrar os passarinhos atordoados que nela tinham entrado por distração e dela não eram capazes de sair. E ao largá-los no ar livre dava-lhes cada raspanete que só visto!

Nunca contou nada disto a ninguém.

Agora que já é bastante mais crescida, já percebe muitas coisas que antigamente lhe pareciam complicadas. Uma delas é que não prestam as cenas passadas dentro das mãos atrás das costas. Porque o que nós queremos esconder de nós próprios, nunca fica escondido.
(...)»



sábado, 2 de maio de 2020

Para leres mais no regresso à Biblioteca: "O homem de água", de Ivo Rosati


O homem de água (excerto)

 

Neste conto de Ivo Rosati, as pessoas comuns são mais rápidas a julgar do que a observar e compreender uma pessoa nova e estranha que, subitamente, aparece na cidade onde moram. Seja por medo ou por preconceito, não reparam nas acções generosas do forasteiro e repudiam-no. Apenas outras criaturas solitárias, como ele, são capazes de o aceitar e de lhe mostrar gratidão.




 Autor: Ivo Rosati

Ilustrações: Gabriel Pacheco

Tradução: Elisabete Ramos

Editora: Kalandraka, 2009




«Alguém tinha deixado a torneira aberta.
O dono da casa nunca mais voltou, sabe-se lá por onde andaria. Talvez tivesse ido para as ilhas Fiji; às tantas andava em busca de fortuna nas minas de ouro azul que dizem que há em África.
Por fim, aconteceu que a água, ao acumular-se, transbordar, derramar-se por todo o lado, fez nascer um homem, um homem azul, transparente e cristalino.

Um homem de água.

Um homem de água que, com a última gota, a que lhe formou a madeixa de cabelo ondulada a meio da testa, de repente se pôs em pé e saltou para fora do lavatório dizendo:
— Mas o que é que se passa aqui?
Desceu as escadas e foi para a rua, para voltar ao mar ou ao lago, junto de um canal.
Quem o via, confundia-o com uma poça, com uma fonte, com um reflexo de água ou até mesmo com uma alucinação.
— Desculpe, para onde é que o senho vai?
— Vou dar um passeio – respondia.
So que não pode andar por aí a molhar tudo, é ilegal!
— Mas como? Eu sou assim!
— Chamem a polícia – gritavam as pessoas –, lá vai esse, que é feito de água e que anda por aí a salpicar tudo.
A porteira do prédio perseguia-o porque lhe tinha inundado a entrada e um senhor brandia um guarda-chuva dizendo que este lhe tinha espirrado para cima para o afogar.
— Sim, sim, uma onda de seis metros de altura, como as que se vêem nos iunaitedsteitsofsmerica.
— Tape-se – diziam-lhe –, vista-se, tente congelar-se, talvez assim se torne uma pessoa normal.
Entretanto, ele continuava a a passear, silencioso, de noite, junto às paredes, às vezes regando as flores.
Ajudava os automobilistas que tinham os vidros sujos, e eles saudavam-no com um aceno.
Deixava-se lamber pelos cães, enchia as garrafas vazias dos vagabundos e das pessoas que tinham sede…
Nunca tinha fome, nunca tinha sede, não sentia necessidade de dormir, nem sequer sabia o que era “dormir”.
Não precisava de fazer xixi nem de lavar os pés.
Quem se cruzava com ele apontava-o, dizendo:
— É ele, é ele, chamem a polícia
— É o homem de água, chamem um canalizador, ou tragam um balde.
Quando isto acontecia, ele procurava uma poça, um regato, uma conduta, metia-se ali dentro e desaparecia, misturado com a água.
Quando tudo ficava mais calmo, voltava a si, recompunha-se saindo da água, pingando bocadinhos de plástico e detritos, cascalho e pastilhas elásticas. (…)»