Romanização da Península Ibérica
Adaptado de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Conquista_romana_da_Pen%C3%ADnsula_Ib%C3%A9rica
A conquista romana
A conquista romana da Península Ibérica iniciou-se durante a Segunda Guerra Púnica (=contra os fenícios 218-201 a.C.), quando as legiões romanas atacaram pela retaguarda os domínios de Cartago na região.
As colónias de Cartago na Península Itálica abasteciam-na de homens e matérias-primas. A estratégia de Roma era enfraquecer as forças cartaginesas, afastando os seus exércitos da Península Itálica e apropriando-se dos abastecimentos.
A derrota dos cartagineses, no entanto, não garantiu a ocupação pacífica da Península. A partir de 194 a.C., começaram as lutas com tribos de nativos, genericamente chamados de Lusitanos. Estes conflitos que estenderam-se até 138 a.C.
Bronze de Alcântara, inscrição latina declarando a rendição incondicional ("deditio") ante os romanos do povo que habitava um castro entre o território dos Lusitanos e dos Vetões, 104 a.C.
Nesse conflito destacou-se um grupo de Lusitanos liderados por Viriato, um pastor. Esse grupo infligiu duras derrotas às tropas romanas, tornando Viriato um mito da resistência peninsular.
Em 150 a.C. o general Sérvio Galba aceitou um acordo de paz com a condição de os lusitanos entregarem as armas, aproveitando depois para os chacinar. Isto fez crescer ainda mais a revolta e durante oito anos os romanos sofreram pesadas baixas, culminando no assassínio de Viriato por três aliados, tentados pelo ouro romano. Mas a luta não parou e Roma enviou à Península o cônsul Décimo Júnio Bruto Galaico, que pactuou e fortificou Olisipo, estabeleceu a base de operações em Móron, próximo de Santarém, e marchou para o Norte, matando e destruindo tudo o que encontrou até à margem do Rio Lima. Mas nem assim Roma conseguiu a submissão. Em 60 a.C., Júlio César dá o golpe de misericórdia aos lusitanos.
Templo romano de Évora, século I, Évora, Portugal
Teatro romano de Mérida, Espanha
Vista de Conímbriga, Condeixa-a-Nova, Portugal
Na Península Ibérica, a romanização acompanhou a conquista. Neste processo, a língua latina acabou por se impor como língua oficial, funcionando como factor de ligação e de comunicação entre os vários povos. Foram fundadas várias cidades, onde se instalaram os antigos legionários (soldados) e os comerciantes.
As povoações, até aí predominantemente nas montanhas, passaram a surgir nos vales ou planícies, habitando casas de tijolo cobertas com telha . Como exemplo de cidades que surgiram com os Romanos, temos Braga (Bracara Augusta), Beja (Pax Iulia), Santiago do Cacém (Miróbriga), Condeixa-a-Nova (Conímbriga) e Chaves (Aquae Flaviae).
A indústria desenvolveu-se, sobretudo a olaria, as minas, a tecelagem, as pedreiras, o que ajudou a desenvolver também o comércio, surgindo feiras e mercados, com a circulação da moeda e apoiado numa extensa rede viária (as famosas calçadas romanas, de que ainda há muitos vestígios no presente) que ligava os principais centros de todo o Império.
Regista-se neste período uma etapa de paz e prosperidade económica, marcada também pela construção de uma rede de vias.
Aspectos económicos
Fábrica romana de salga de peixe, Setúbal, Portugal
Durante a romanização da Península, a economia de subsistência das primitivas tribos foi aos poucos substituída por grandes unidades de exploração agrícola em regime intensivo (villae), produzindo azeite, cereais, vinho e pecuária, ao mesmo tempo em que o primitivo artesanato deu lugar a indústrias especializadas como as da cerâmica e da metalurgia. Também houve desenvolvimento na actividade pesqueira, produzindo o valorizado garum, um molho de peixe.
No tocante à exploração mineral, na qual a Península era particularmente rica, todas as minas passaram a pertencer ao Senado romano, sendo exploradas por escravos. Entre elas destacava-se a região que se estende de Grândola a Alcoutim, de onde eram extraídos o cobre e a prata.
Aspectos arquitectónicos e religiosos
Assim como em diversas outras regiões do Império Romano, também foram erguidas na Península pontes, teatros, termas, templos, aquedutos e todo o tipo de edifícios públicos e privados, civis e militares. No campo da religião, regista-se a sobrevivência de divindades primitivas ao lado de divindades romanas, por vezes, também adoradas
Soldados da República Romana, do tempo das guerras púnicas (contra os fenícios de Cartago: Fenícios=punii)
Povos da Hispânia (Península Ibérica) conquistados pelos romanos
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